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terça-feira, 15 de maio de 2007

Baile no Céu

Di Cavalcanti - Baile Popular


Você já parou para pensar na hipótese de sermos viajantes dançarinos a bordo da nave-mãe Terra?

A imagem do “dansador” - palavra criada por Guimarães Rosa referindo-se aos seus personagens do “Corpo de Baile” - me inspirou a dar o nome a esse blog: Baile no Céu. Não sei se era exatamente assim que Rosa via a nós mesmos, os planetas e a organização cósmica. Há fortes indícios que sim, mas há outros que não. No fim das contas, Rosa nunca entregava assim tão facilmente a conclusão daquilo que dizia e escrevia, deixando boa parte à mercê do mistério e das muitas interpretações e ambiguidades que a literatura comporta tão bem.

Em todo caso, é uma imagem belíssima: nós e os planetas “dansando” em torno de nós mesmos, ou em torno do outro, que pode ser outro planeta ou outra galáxia. Isso tudo remete à idéia de algo meio bêbado, errante mesmo, de acordo com a própria origem latina da palavra 'planeta', que quer dizer “errante ou vagabundo”.

Agora digamos que você tenha adotado a idéia e queira saber “mas que baile é esse, afinal de contas?”. Voltemos ao Rosa e aos seus personagens. Em Corpo de Baile, no conto “O recado do morro”, os personagens rosianos descrevem um movimento cíclico de ida e volta em torno dos planetas e de si mesmo. Quando o movimento acaba, o personagem morre ou, se preferirmos, fica encantado e retorna para o lar, “medindo o céu e retornando à sua estrela”... O Baile é o próprio movimento! O movimento do “mesmo e do outro em torno de si mesmo e do outro”, segundo as palavras de outro ilustríssimo chamado Platão, ao referir-se à organização cósmica. Eu arrisco a dizer que é um movimento em busca do si mesmo e do outro.

Tudo muito belo, né? Eu acho pelo menos... no entanto, nem sempre é fácil seguir o Baile. Imagine entrar numa valsa sem ao menos ter aprendido um só passo. Ou então, através do movimento do outro, rememorar a presença de alguns calos já esquecidos. Algumas vezes, a queda é inevitável e noutras a música parou, ou pior... toca sempre a mesma (Céus!!!). Porém, felizmente, existem ocasiões em que deslizamos na pista ao som de um ritmo inebriante e até conseguimos apoiar nosso corpo nas mãos de um outro “dansador”, ou mesmo recebermos um para dar sustento. E a despeito de tudo, o movimento segue, sempre. Tentar entendê-lo pode nos ajudar a “dansar” melhor. Ou então, inspirados na figura de um “errante navegante”, podemos deixar que o entendimento é que nos encontre assim “ao acaso”, bem ao gosto de um personagem rosiano que através da arte compreendeu algo de si e “saltou para a sua estrela”.

E, então, curtiu? Vamos bailar?

5 commenti:

Marcelo Cortimiglia on 15 de maio de 2007 às 13:41 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

uauuuuuuuuuuu!!!
dale Dani!
bjo da Grazi

luko on 27 de maio de 2007 às 15:39 disse...

e isso ai quem entra no baile tem que dançar conforme a musica e acompanhar o movimento as vezes lento as vezes mais rapido mas nunca parar e sempre acompanhando a musica é isso ai Daniela meus parabens pelo blog muito interessante as tuas informaçoes adorei continua estas no caminho certo

Maria Aguiar on 15 de junho de 2010 às 13:56 disse...

É gostoso demais bailar contigo Dani!!!
Obrigada sempre pela sua generosidade em dividir de forma tão poética e inspirada seu conhecimento astrológico,
bj

Daniela Scheifler on 15 de junho de 2010 às 16:08 disse...

ô, Maria!

Obrigada a você, também!:-)

beijocas mil

 

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