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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Diário do dia 19: Delta de Vênus


A Lua segue por todo o dia de hoje no signo de Peixes, no Delta de Vênus, onde Vênus se exalta. E tudo que inspira, sugere, simboliza é com este signo louco de pedra, doido varrido. Deliciosamente doidivano. Peixes me lembra sempre as crianças, os bêbados e os loucos - sábios, ilógicos e proféticos personagens de Guimarães Rosa.

Então, para o dia de hoje, para doidivanear, deixo aqui um conto, chamado "Maiorca", que desliza docemente pelo eixo Virgem-Peixes, de uma pisciana com Vênus e Júpiter também em Peixes, chamada Anais Nin ( no link tem um trecho do diário dela)

Maiorca

Eu estava passando o verão em Deya, na ilha de Maiorca, em um local próximo ao mosteiro onde se hospedaram George Sand e Chopin. De manhã cedo montávamos em pequenos jumentos para descer as estradas que davam acesso ao mar. A viagem tomava cerca de uma hora por trilhas de terra vermelha, pedras, perigosos blocos de rochas, por entre as oliveiras cor de prata até as aldeias de pescadores com seus casebres construídos ao sopé das montanhas.
Todos os dias eu descia até uma enseada onde a água do mar era tão transparente que se podia ver os recifes de coral e a insólita vegetação no fundo.
Uma estranha história a respeito daquele lugar nos foi contada pelos pescadores. As mulheres de Maiorca eram inacessíveis, puritanas e muito religiosas. Só iam nadar com os maiôs de saiote comprido e as meias pretas de antigamente.
A maioria delas não gostava de nadar e deixava isso para as européias sem-vergonhas que passavam o verão na ilha. Os pescadores também condenavam os trajes de banho modernos e o comportamento obsceno das européias. Viam-nas como nudistas que aguardavam apenas uma oportunidade qualquer para tirar toda a roupa e se deitar nuas ao sol, como pagãs. Desaprovavam também os banhos da meia-noite inventados pelos americanos.
Uma certa noite, há alguns anos, a filha de um pescador, moça de dezoito anos, estava caminhando ao longo da orla do mar, pulando de pedra em pedra, com o vestido branco grudado no corpo. Andando e sonhando, observando o efeito do luar na água, ela acabou por chegar a uma pequena enseada escondida e notou que havia uma pessoa nadando. Só conseguia ver uma cabeça e, ocasionalmente, um braço. Quem quer que estivesse nadando estava muito longe. Ouviu então uma voz suave chamando-a.
— Venha nadar. Está ótimo.
As palavras tinham sido ditas em espanhol, com sotaque estrangeiro.
— Olá, María — cumprimentou a estranha, que parecia conhecê-la. Devia ser uma das muitas moças americanas que iam tomar banho de mar ali durante o dia.
— Quem é você? — quis saber María.
— Sou Evelyn — respondeu a moça. — Venha nadar comigo!
O convite era tentador. Seria fácil tirar o vestido branco e ficar só com a combinação curta. María olhou para todos os lados. Não havia ninguém por perto. O mar estava calmo e salpicado de luar. Pela primeira vez María compreendeu o amor dos europeus pelo banho da meia-noite. Tirou o vestido. Tinha longos cabelos negros, o rosto pálido, olhos verdes bem grandes e mais verdes que o mar. Seu porte era magnífico, com os seios altos, pernas compridas, verdadeiramente elegante. Sabia que era capaz de nadar melhor que qualquer outra mulher da ilha. Mergulhou e nadou na direção de Evelyn com braçadas fortes e graciosas.
Evelyn mergulhou para ir ao seu encontro e lhe segurou as pernas. Dentro d'água, as duas se puseram a brincar. A semi-escuridão e a touca de banho tornavam difícil que uma visse o rosto da outra claramente. A voz das moças americanas se assemelhava à de rapazes.
Evelyn lutou com María, abraçou-a sob a água. Quando subiram para respirar estavam rindo, e ficaram nadando para trás e para a frente, despreocupadas. A combinação de María flutuava em torno de seus ombros e lhe atrapalhava os movimentos; finalmente saiu e deixou-a nua. Evelyn nadou por baixo dela e a segurou, lutando e passando por entre suas pernas.
Depois foi a vez de Evelyn abrir as pernas para que a amiga pudesse mergulhar e passar por baixo, reaparecendo do lado oposto. Ela flutuava e deixava María nadar por baixo de suas costas arqueadas.
María viu que a americana também estava nua. De repente, sentiu Evelyn abraçando-a pelas costas, cobrindo todo o seu corpo com o dela. A água estava morna e era tão salgada que as sustentava, ajudando-as a flutuar e a nadar sem esforço.
— Você é linda, María — disse a voz grave, e Evelyn a envolveu com seus braços. María quis se afastar, mas ficou presa pela tepidez da água, pelo contato constante do corpo da amiga. Deixou-se abraçar. Não sentia os seios da outra, mas sabia que as jovens americanas geralmente não tinham seios. María sentiu-se lânguida e quis fechar os olhos.
Subitamente, o que sentiu entre as pernas não era uma mão e sim algo bem diferente; fora tão inesperado e perturbador, que gritou. Não era Evelyn, e sim um rapaz, o irmão mais novo da moça, que colocara seu pênis ereto entre as pernas dela.
María gritou mas ninguém ouviu, e seu grito foi apenas algo que se esperava da parte dela. Na realidade, o abraço dele era tão quente e carinhoso quanto a água. O mar, o pênis e as mãos dele conspiraram para estimular seu corpo. Ela tentou fugir, mas o rapaz nadou por sob seu corpo, acariciou-a, segurou suas pernas, e por fim montou de novo em suas costas.
Os dois lutaram, mas cada movimento servia apenas para excitá-la ainda mais, para torná-la consciente do corpo dele de encontro ao seu, de suas mãos sobre ela. A água agitava seus seios para a frente e para trás, como dois pesados nenúfares.
Ele beijou seus seios. Com o movimento constante não era possível penetrá-la, mas seu pênis tocava vezes sem conta a parte mais vulnerável de seu sexo, e María sentiu que estava perdendo as forças. Nadou para a praia e o rapaz a seguiu. Os dois caíram na areia. As ondas quebravam sobre eles; ambos ficaram algum tempo ofegantes, sem se mexer. Então o rapaz possuiu a moça e o mar veio e os alcançou, lavando o sangue da virgem.
Daquela noite em diante, o irmão de Evelyn e María passaram a se encontrar somente àquela hora. Ele a possuía na água, balançando, flutuando. A ondulação de seus corpos quando desfrutavam um ao outro parecia fazer parte do mar.
Descobriram uma posição segura na base de um rochedo e ali ficavam, acariciados pelas ondas, trêmulos em razão de seus orgasmos.
Quando eu ia à praia à noite, imaginava sempre que seria capaz de vê-los nadando, fazendo amor.

7 commenti:

Elias Mendes on 19 de janeiro de 2010 às 04:45 disse...

Tenho esse livro, o delta de Vênus, adoro a anais nïm , ja tava doido pra falar dela no meu blog, agora você acabou me dando idéias com esse post rsrsrsrsrs

Daniela Scheifler on 19 de janeiro de 2010 às 11:05 disse...

Adoro ela também. No link do texto tem um trecho do Diário dela, que é simplesmente demais. Ela tinha o Sol, Vênus e Júpiter em Peixes, o ascendente em Libra e a Lua em Sagitário conjunta a Urano. Foi uma das primeiras mulheres do século XX que se aventurou a escrever literatura erótica. E tinha Mercúrio em Aquário. Sensibilidade, arte e inovação.

Christiane Foricnito on 19 de janeiro de 2010 às 12:14 disse...

Daniela

AMEI!!!!! Adoro Anais Nin e tenho um blog que abri só para escrever sobre literatura erótica e escrever contos desta espécie.

Lá tb escrevo sobre alguns assuntos para mulheres e sobre as que admiro...

Estou ainda no início e por isso acabei tb de me separar e sem muita inspiração hehehehehehe, mas logo aquele blog irá pegar fogo...

Conheça: http://contosdelilithproibidoparamenores.blogspot.com/

E Anais Nin é minha musa hehehehehe

Grande beijo.

E OBA, Elias vai escrever tb sobre ela... uhuuuuuu....

Daniela Scheifler on 19 de janeiro de 2010 às 12:41 disse...

Cris, que máximo!

vou por aqui no link dos blogs o teu. Adorei tb!

a Anais é demais, demais. E a amo tb.

beijos

Christiane Foricnito on 19 de janeiro de 2010 às 12:50 disse...

hehehehehe...

Tenho Urano em libra regente da 12 na 8.

Meu vênus está na 10 em capricórnio e rege as casas 3 e 8...

Não sei se são essas características mesmo que me fazem amar escrever e viver, ou melhor, expressar a sexualidade desta forma...

Fui astróloga e parei de estudar astrologia por 11 anos, agora que me separei retornei aos estudos, por isso estou um pouco enferrujada hehehehehe

Sou uma esudante compulsiva e amo filosofia ( me formei em 2009 inclusive)

Conheça meus outros blogs:


http://meudiariochristianeforcinito.blogspot.com/
http://filosofiacomchristianeforcinito.blogspot.com/
http://autoconhecimentoeastrologia.blogspot.com/
http://minhasfilhasminhasreflexoes.blogspot.com/

Beijo.

Daniela Scheifler on 19 de janeiro de 2010 às 14:57 disse...

Tem a ver sim, mas é sempre bom ver o mapa todo, completinho. Com os regentes do Sol, do Asc, da Lua, mais Mecúrio, casa 3, etc e etc.

Bem vinda de novo à Astrologia, então.

E, nossa, quantos blogs, guria!

Hoje não terei tempo de vê-los todos, mas assim que der vou lá dar uma espiada.

beijos grandes!

Christiane Foricnito on 19 de janeiro de 2010 às 15:06 disse...

Linda

Quando quiser ver ou puder ver meu mapa é este:

http://autoconhecimentoeastrologia.blogspot.com/2010/01/por-que-fazer-um-mapa-astrologico.html

Beijo!

 

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